Tecnologia pode mudar patamar da construção civil no Brasil | Brasil

André Chaves, vice-presidente da Falconi — Foto: Divulgação/Claudio Belli

Vista como uma indústria tradicional quando se trata de inovação, o setor da construção civil exige que a adoção de novas tecnologias seja eficaz e capaz de produzir resultados tangíveis. Para alcançar esse objetivo, é crucial enfatizar mais uma vez que a inovação não pode existir sem uma cultura orientada por dados. Isso significa que os líderes desse mercado precisam superar a dependência na intuição e incorporar análises que aprimorem suas decisões.

O vice-presidente para Indústria de Base e Bens de Capital da Falconi, André Chaves, afirma que um exemplo ilustrativo dessa situação pode ser encontrado no segmento de obras de infraestrutura, onde a falta de disponibilidade de equipamentos é um problema persistente, responsável por quase metade dos atrasos nas obras.

“Uma solução tecnológica que poderia abordar esse problema envolve a adoção da Internet das Coisas (IoT), permitindo o rastreamento em tempo real da localização, disponibilidade e desempenho dessas máquinas. A implementação de uma ferramenta desse tipo pode alertar quando um equipamento está prestes a falhar no meio da obra, evitando assim paralisações indesejadas”, afirma.

Essas oportunidades de melhoria não se limitam a isso, completa o executivo. Outra opção, segundo ele, é a utilização da tecnologia blockchain para aumentar a segurança e rastreabilidade no processo de medição de obras, um dos maiores desafios enfrentados por construtoras e incorporadoras.

Além disso, Chaves explica que existem metodologias como o lean construction e o BIM, que têm capacidade de reduzir desperdícios e otimizar os processos de vendas dentro desse setor. Em última análise, as possibilidades são numerosas. O segredo, para ele, está em abordar o investimento em tecnologia com um enfoque pragmático e avaliar resultados que ela pode proporcionar ao negócio.

Desafiadora, mas eficiente

Uma reflexão adicional a todas essas oportunidades é a de que o mercado de construção civil é, sim, pouco inovador quando comparado a outros segmentos da economia, mas é também eficiente na adoção das tecnologias listadas. Uma pesquisa realizada pela Falconi mostrou que apenas 10% dos respondentes (de um total de 144 construtoras e incorporadoras) avaliam o setor como bastante inovador. Contudo, quando busca inovar por meio da implementação de novas tecnologias, atinge níveis de satisfação muito positivos.

“Acredito que os executivos não materializaram ainda como ganhar produtividade com tecnologias avançadas. E esse é um status quo que precisamos desafiar. A dicotomia dos dados, que retratam um ambiente conservador em relação à adoção de novas tecnologias, mas satisfeito com a eficiência de ferramentas inovadoras, mostra que muitas empresas ainda não estão enxergando os benefícios práticos dessas soluções. Se começarmos a discutir este mesmo tema, só que do ponto de vista de resultados, tenho certeza de que o executivo vai entender”, finaliza o vice-presidente da Falconi.

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