Fumaça vinda da Bolívia e Paraguai se espalha sobre o Brasil

Fumaças provocadas por focos de fogo na Bolívia e no Paraguai se espalharam sobre o Mato Grosso do Sul, o Paraná e São Paulo nos últimos dias. Nesta quinta-feira (26/10), esses focos também já foram observados sobre áreas do Triângulo Mineiro e o sul de Minas Gerais. A informação é da Climatempo, que divulgou um mapa com a extensão das nuvens.

De acordo com Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, a circulação de ventos de noroeste, que, recentemente voltou a predominar entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia, foi responsável por levar essa fumaça.

Ela explica que a orígem dessa névoa não são apenas Bolívia e Paraguai. “O correto é dizer que a fumaça gerada por grande concentração de focos de fogo sobre o Norte do Brasil, parte do Centro-Oeste, Bolívia e Paraguai, foi trazida pelos ventos para áreas do Sudeste e do Sul”.

Essa fumaça também pode ser vista sobre o interior de São Paulo e sobre o centro-norte e noroeste do Paraná.

Overview sobre as diferentes nuvens e fumaças sobre o estado de São Paulo — Foto: Divulgação/Climatempo

De acordo com monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Brasil lidera o ranking de focos de fogo no mês de outubro com 30441 focos. Na sequência, a Bolívia com 11934 e o Paraguai com 3167. Os dados estão atualizados até quarta-feira (25/10).

O tempo quente e seco na região Norte – condições diretamente ligadas ao El Niño – é o motor para a formação de incêndios florestais. O fogo em áreas de floresta úmida e tropical é incomum, mas tem sido favorecido pelo contexto climático.

Com a baixa umidade, a serrapilheira – camada vegetal de folhas que caem das árvores e se depositam sobre o solo – torna-se mais seca, favorecendo a propagação de incêndios, explica Lawrence Nóbrega de Oliveira, chefe da Divisão de Monitoramento e Combate ao Fogo do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Ibama,

Para o fogo acontecer e se espalhar é preciso ter três elementos: o clima, o material combustível e a fonte de ignição, ou seja, o que começa o fogo. “Agora, nesse triângulo, infelizmente temos um desbalanço nessa questão climática, que está pegando forte”, diz Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

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