Em campanha de controle, Ibama libera caça de peixes exóticos invasores na Bacia do Alto Paraguai | Terra da Gente

Pescador e piloteiro no Rio Paraguai, no Alto Pantanal — Foto: Eduardo Palacio/G1

A superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Mato Grosso da Sul divulgou, no dia 14 de outubro, uma campanha de controle de peixes exóticos no Pantanal que liberou a pesca e caça de seis exemplares não nativos na bacia hidrográfica do Alto Paraguai, onde estão rios como Paraguai, Cuiabá e Aquidauana.

  • Tucunaré azul (Cichla piquiti)
  • Tucunaré amarelo (Cichla kelberi)
  • Tambaqui (Colossoma macropomum)
  • Tambacu (Híbrido Colossoma macropomum x Piaractus Mesopotamicus)
  • Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus)
  • Corvina (Plagioscion squamosissimus)

Ainda conforme a determinação, válida no estado do Mato Grosso do Sul, não há restrições de tamanho e quantidade de peixes capturados. Leia o texto na íntegra:

“As espécies de peixes exóticos listadas a seguir, quando fisgadas nos rios da bacia do Pantanal em Mato Grosso do Sul, não devem ser soltas pois não pertencem a esta bacia e causam interferência negativa nas populações das espécies nativas do Pantanal. Pesque com responsabilidade”.

“Estas espécies não têm restrição de quantidade e tamanho, mas devem ser capturadas em obediência aos demais critérios da legislação ambiental vigente”, completa o anúncio.

Para o professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) José Sabino, a campanha pode ajudar na conservação do bioma, uma vez que as espécies exóticas e invasoras, introduzidas de modo acidental ou não, estão entre os cinco principais vetores de ameaças à biodiversidade do planeta.

“Ao introduzir uma espécie em um determinado hábitat, ela pode se reproduzir sem controle e impactar a fauna local. Esse impacto é sentido em praticamente todos os ecossistemas aquáticos continentais do Brasil, país em que políticas equivocadas difundem que fazer “peixamento” – soltura de espécies – é uma boa prática para melhorar os estoques pesqueiros”, explica Sabino.

Segundo ele, o que ocorre na maioria dos casos é a introdução de espécies que não ocorrem naturalmente em uma determinada bacia hidrográfica e, após o estabelecimento da invasora, os resultados são graves impactos ao ambiente, incluindo morte e/ou predação dos animais nativos.

“Esse fenômeno ocorre com espécies de peixes invasoras na Bacia do Alto Paraguai, onde se localiza o Pantanal. Assim, estimular a pesca e captura – retirada dos peixes exóticos – é uma prática que deve ser estimulada pelas autoridades”, completa o pesquisador.

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