Guiné-Bissau: WANEP denúncia discursos incendiários que ameaçam a estabilidade

A Coordenadora da Rede Oeste Africana para Edificação da Paz (WANEP GB) denunciou os “discursos musculosos e incendiários com interpretações variadas e imaginário de crise assente numa suposta coabitação governamental em risco, que ameaçam a estabilidade e a paz social” na Guiné-Bissau.

Numa alocução na sede da Organização sub-regional em Bissau, Denise dos Santos Indeque considerou que a “paz social exige apenas o correcto exercício da lei”, sublinhou também que “as eleições de 4 de Junho, e a consequente nomeação dos órgãos da soberania (ANP, e o Governo), deveriam marcar uma nova era de estabilidade na Guiné-Bissau”.

“Estamos a assistir o esgotar de um sistema completamente esvaziado, quer do ponto de vista de fundamentos, quer do ponto de vista da capacidade dos protagonistas, que estão aquém do próprio nível da emancipação social”, disse a activista guineense.

Para Denise dos Santos Indeque “mesmo se houvesse motivos suficientes para invocar a tal crise, ao ponto de pensar em dissolver o parlamento ou demitir o governo, não devemos esquecer que este governo é da responsabilidade de uma coligação de partidos que têm um contrato social com o povo e que todos políticos, sem excepção, devem respeitar o sufrágio popular e legítimo, sem hesitação, o resultado da escolha da maioria da população expresso nas urnas”.

“Os políticos não devem esquecer de que a estabilidade é uma exigência moral perante a herança do sacrifício de todos os que serviram a Pátria, para que a Guiné-Bissau fosse um Estado independente e digno. E o mais importante, neste momento, é a estabilização do país, porque as constantes crises políticas estão na origem de vários problemas e não só descredibilizam o país, mas também impedem o investimento externo”, realçou.

Denise dos Santos Indeque disse ainda na sua comunicação que “é necessário desarmar-se do ódio e lembrar que divergências políticas não nos tornam inimigos, mas sim apenas adversários na arena pública e do ponto de vista ideológico, e que a tolerância, o diálogo e a convivência pacífica devem prevalecer em todas as esferas da nossa construção colectiva”.

“É urgente tomar uma decisão sábia, a fim de ultrapassar rapidamente o tal imaginário da crise política que poderá afectar a credibilidade do país e o empenho dos parceiros internacionais, mas sobretudo, uma decisão capaz de conduzir toda a nação a um Estado verdadeiramente democrático, ou seja, um Estado que proteja os direitos fundamentais do ser humano, permitindo-lhe viver em paz, justiça, liberdade, ordem e respeito como a população sempre quis e reivindicou, nas ultimas eleições de 4 de Junho”, vincou Denise dos Santos Indeque, Coordenadora da Rede Oeste Africana para Edificação da Paz (WANEP GB).

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