Família de Zico Bacana diz que sofreu ameaça do tráfico nos últimos meses: ‘vivendo coagido’ – País

A família do ex-vereador Zico Bacana, morto na segunda-feira (7) em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio, afirmou que o político sofreu diversas ameaças vindas do tráfico nos últimos meses. “Ele chamava a polícia porque a gente estava vivendo coagido“, disse Joyce Tavares, sobrinha do político, em entrevista ao Extra. As alegações dos familiares são de que ele foi morto por traficantes.

Joyce Tavares concedeu declarações sobre a morte nesta terça (8) no Instituto Médico-Legal, citando as ameaças recebidas ao longo dos últimos meses. Além dele, foram mortos Jorge Barbosa Tavares, irmão de Zico Bacana, e Marlon Correia dos Santos.

“Eles foram mortos ontem covardemente, na padaria que fica onde eles foram nascidos e criados. Ele se recusava a sair do bairro e afirmava: ‘se eu sair daqui, todo mundo vai precisar sair. Todo mundo! Porque os bandidos querem tomar conta daqui. Enquanto eu estiver vivo, vou lutar'”, declarou ela.

Segundo um amigo da família, que não se identificou ao Extra, traficantes colocaram barricadas próximas à casa de Zico nos últimos meses, o que seria uma forma de deixar as pessoas da residência acuadas. Outro parente conta que as ameaças incluíam detalhes de como a cabeça dele seria arrancada. 

A sobrinha ainda explicou o motivo pelo qual Zico havia solicitado rondas frequentes na região onde vivia. “Ele chamava a polícia porque a gente estava vivendo coagido. Eu tive que sair de casa com a minha bebezinha, minha filha mais velha e meu marido, porque os bandidos foram na minha porta”, revelou. 

Enquanto isso, Marlon Correia dos Santos foi baleado ao passar pelo local no momento em que o crime ocorreu. O corpo dele também foi levado para o Instituto Médico-Legal, mas nenhum parente havia comparecido até o início da tarde desta terça.

Crime em Guadalupe

Zico, que era ex-vereador, foi baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, incluído na área de atuação dele. O crime ocorreu na tarde da segunda-feira, e o ele já teria dado entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer em óbito, segundo a própria unidade de saúde.

 A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) segue no comando do caso, que teve outros dois mortos: Jorge Barbosa Tavares, irmão de Zico Bacana, e Marlon Correia dos Santos. A perícia foi feita no local, segundo a Polícia Civil, e diligências estão em andamento para apurar autoria e motivação do crime.

Conforme relatos da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, um veículo parou em um estabelecimento comercial e disparou contra o grupo de homens que estava em uma loja. O Corpo de Bombeiros também foi acionado, por volta das 17h.

Antes de ser eleito, ainda em 2008, Zico Bacana foi citado na CPI das Milícias como um dos chefes de grupos paramilitares na região de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi indiciado.

Um mês após a morte de Marielle Franco, ele prestou depoimento, quando a DH investigava a presença de milicianos entre os assessores. Zico Bacana, entretanto, sempre negou qualquer relação com o crime. 

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Comentários estão fechados.