6,6% não conseguem acesso a cuidados de saúde – Executive Digest

Há 266 mil crianças – das quais 76 mil com menos de 6 anos – em Portugal abaixo do limitar da pobreza. Os dados são da PORDATA – a base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos – que fez um retrato das crianças e jovens em Portugal, em três vertentes: o contexto familiar, o percurso escolar ou a exposição à pobreza.

Em Portugal, uma família de um casal com um filho é considerada pobre quando tem rendimentos líquidos inferiores a 991 euros mensais, sendo que uma família com dois filhos é pobre quando recebe menos de 1.156 euros mensais líquidos.

De acordo com os dados da PORDATA, em 2021, havia 266 mil crianças e jovens que enquadradas em famílias cujo rendimento está abaixo do limiar da pobreza, o que coloca Portugal como o 11º país da UE com a maior taxa de pobreza entre as crianças e jovens (18,6% contra 19% de média da UE) e o 12º com maior taxa de pobreza entre crianças com menos de 6 anos (16,4% vs. 17,7% da UE).

A taxa de pobreza não é igual para todas as crianças: assim 17,6% dos menores de 6 anos estão em risco, tal como 20,7% entre os 6 e 10 anos e 23,4% entre os 11 e 15 anos.

A situação de risco financeiro tem naturais reflexos no acesso ao saúde, com 1,7% das famílias a garantir que as suas crianças não conseguiam aceder a cuidados médicos, uma percentagem que sobe para 6,6% nas famílias em situação de pobreza.

Se a análise recair sobre cuidados dentários, o cenário é mais dramático: 6,4% das famílias não têm possibilidades de acesso a estes cuidados, um valor que dispara para 17,7% nas famílias pobres, bem acima dos 9% da média europeia. Estes dados colocam Portugal no 5º posto na UE onde há maior proporção de crianças sem cuidados dentários e na liderança quando se fala de crianças em situação de pobreza.

No capítulo da escola o cenário não é melhor: entre as crianças de 3 e 6 anos, 89% frequentavam o ensino pré-escolar em 2021, ligeiramente abaixo da média europeia (90%) – em países como a Hungria, Suécia, Espanha, Países Baixos e Bélgica, esta percentagem atinge pelo menos os 98%. Portugal destaca-se, contudo, como o país da União Europeia com maior proporção de crianças no pré-escolar que passam 30 ou mais horas semanais nas instituições de ensino.


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